ISLAM E AFEGANISTÃO

Os acontecimentos recentes da retomada ao poder no Afeganistão pelo grupo Taleban é manchete em todos os jornais, onde pessoas sem conhecimento generalizam todos os muçulmanos ao redor do mundo (26% da população mundial), passando uma idéia de  terror,  extremismo praticado por todos.

Devemos ter em mente que a questão é política e de interesses de grandes potências, que visam fomentar a indústria bélica, causar o caos, acabar com todas as riquezas e infraestrutura do País, como já ocorreu em outros locais, tudo em busca do imperialismo e autodeterminação dos povos.

11 de setembro de 2001

Nos 20 anos desde 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos gastaram mais de US$ 2 trilhões na guerra do Afeganistão. Isso corresponde a US$ 300 milhões por dia, todos os dias, durante duas décadas. Ou seja  US$ 50 mil para cada um dos 40 milhões de habitantes do Afeganistão sem qualquer sucesso de paz , onde tais valores poderiam saciar a fome de centenas de milhões de pessoas, porém o objetivo é outro, sempre interesses envolvidos.

Passando para a questão religiosa, os muçulmanos desejam levar uma vida com base na orientação de Deus, através  do Alcorão e da Sunnah (tradição profética) cumprindo  a sharia, que significa literalmente “caminho”, ensinando como se comportar, tratar as pessoas, desejar o bem e afastar o mal e qualquer injustiça.

O objetivo central da sharia é preservar a vida, a propriedade, o intelecto, a hereditariedade e a religião isso há mais de 1400 anos, onde hoje verificamos os mesmos direitos na Constituição de 1988. Se houver aplicação correta da sharia  e seus princípios, mulheres terão direito ao conhecimento, trabalhar se desejar, divórcio, herança, voto, não podendo ocorrer qualquer tipo de  tirania, opressão e a injustiça, do  contrário estarão contra os ensinamentos islâmicos.

A sharia ainda é composta de cinco ramos principais: adab (comportamento, moral e costumes), ibadah (adoração ritual), i’tiqadat (crenças), mu’amalat (transações e contratos) e ‘uqubat (punições). Esses ramos se combinam para criar uma sociedade baseada na justiça, no pluralismo e na equidade para todos os membros dessa sociedade. Assim quando um País não segue a Sharia devem os muçulmanos seguir a lei local, respeitando suas normas e se adequando as mesmas como qualquer outro cidadão.

O próprio alcorão assim relata sobre a religião: “…Não existe compulsão na religião…”  (Alcorão 2:256), demonstrando que ninguém é obrigado a se tornar muçulmano sem vontade própria, sendo o livre arbítrio a maior democracia e direito dado por Deus a todos os seres humanos.

O mundo está cheio de injustiças. Assassinatos em massa, roubo, estupro, corrupção,  injustiça econômica e trapaça, são temas constantes no noticiário cotidiano. Quando uma injustiça é cometida, ela não afeta apenas uma pessoa, mas muitas vezes toda a sociedade.
tambem quando uma casa é roubada, ela remove a sensação de segurança de toda a vizinhança. Quando alguém é assassinado, não é apenas a injustiça em relação à vítima, mas é uma injustiça em relação à santidade da vida humana. Destrói a vida que Deus criou. Quando um político não respeita o dinheiro publico, toda sociedade paga.

As pessoas olham muito outros Países e atrocidades ocorridas, e se esquecem que no Brasil a cada 3 minutos uma mulher é agredida, onde estamos falando de maioria cristã, demonstrando que os princípios não são praticados, não podendo assim ocorrer à generalização da religião e de todos os seus seguidores, por atos de alguns indivíduos.

Há mais de 1400 anos foi estabelecido uma ‘constituição’ no Estado Islâmico, que detalhava as responsabilidades de todas as partes, suas obrigações mútuas e certas restrições sobre cada uma delas.  Todas as partes tinham que obedecer ao que estava mencionado nessa constituição e qualquer violação de seus artigos eram considerados um ato de traição, havendo proteção a todos independente da religião.

Ao longo dos séculos, o Islã manteve e promoveu o pluralismo, liberdade religiosa e proteção as minorias, tanto que em mais de 1400 anos nunca nenhuma Igreja, Sinagoga  ou monumentos históricos foram destruídos sob domínio islâmico, demonstrando o respeito ao próximo, onde somente tais fatos ocorreram há poucos anos, caindo por terra que a religião ensina tal prática.

A única convicção que devemos ter é de que o respeito à fé alheia é sagrado, pois jamais dará margem para um julgar o outro, e se não concordar com o credo alheio, deve respeitar a opção de escolha, sob pena de arcar com as penalidades legais, onde esperamos que o atual governo no Afeganistão colocasse em prática os verdadeiros princípios islâmicos, dando o direito de todos, bem como outros Países assim o façam.

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